Infelizmente aconteceu mais uma vez. Desde junho de 2017 o Me Salte vem denunciando a ação de um homem que está usando aplicativos de encontros gays para atrair vítimas para assaltos. Desta vez a vítima foi um estudante de 27 anos. O local foi o mesmo: avenida Bonocô. O modo de atração foi o mesmo: através de conversa pelo aplicativo de paquera Grindr, mas no local de encontro ao invés da interação houve na verdade um assalto. Mas, infelizmente, o destino do ladrão foi o mesmo de outros que demos aqui: está livre.
Ao Me Salte, o estudante relatou que estava, no último dia 20, conversando com um rapaz no aplicativo e marcou um encontro na Avenida Bonocô para o dia seguinte à conversa. “Eu estava próximo ao metrô da Lapa e fui ao encontro dele na Bonocô. Chegando no local do encontro ele me ligou e perguntou onde eu estava e com que roupa. Quando ele se aproximou de mim me assaltou. Ele tomou meu celular porque estava na linha conversando com ele”, relatou o estudante.
Após o assalto o homem acessou os grupos de mensagens do WhatsApp do estudante e começou a enviar para os contatos fotos e mensagens íntimas. “Quando eu liguei pro meu número ele atendeu e falou que só iria parar de mandar fotos se eu pagasse uma quantia para ele. Ele alterou a foto do meu perfil. Porém eu bloquei todas as senhas e acessos às minhas redes sociais”, explica o jovem.
O caso foi registrado pelo estudante na 6ª Delegacia (Brotas). Chegando lá relata que ouviu do escrivão que o ‘caso não daria em nada’. Apesar do estudante ter dito que era homossexual e isso constar na ocorrência a delegacia registrou o caso como um roubo comum. O bandido usava no momento do crime uma moto vermelha.
A Polícia Civil informou que a delegada titular da unidade, Francineide Moura, verificar essa questão do garoto ter sido destratado na unidade. A orientação é que ele procure a Corregedoria da PC. Apesar dos registros antigos feitos, inclusive por matérias do Me Salte, a PC informou que não identificou casos semelhantes na região. O caso, segundo a PC, vai ser investigado com como roubo comum.
Vale aqui uma reflexão importante: esse caso tem traços claros de homofobia. Esse bandido está usando da dificuldade que os gays têm ter encontros e ações em locais públicos. A polícia não pode tratar esse caso como comum. Há outros semelhantes e precisam de apuração urgente. O que será que estão esperando?
Aproveitando as situações vale a pena aquelas boas e velha dicas de segurança para as conversas em aplicativos e saídas :