Segredos da chuca

Se você chegou nesse post desavisado dificilmente saberá o que significa a palavra chuca. O termo é uma gíria do universo LBGT que está relacionado com a higiene íntima antes da prática do sexo anal. O tema é polêmico e divide opiniões. Há quem não concorde com a ação (que geralmente é feita com laxantes, supositórios ou enemas) pois julga que elas provocam doenças. Mas, há quem considere o fato algo desnecessário. “Quem pratica sexo anal sabe que está introduzindo o pênis no ânus e não em um vaso de flores. Ou seja, pode sair algo desagradável”, explica Roberto*, de 49 anos, que faz sexo anal desde os 16 anos.

Contudo, Roberto conta que não deixa nunca de fazer a chuca por medo de passar o cheque (gíria indica que sujou o esquema, que é que me entendem). “Quando se está com um boy maravilhoso não dá para pagar esse mico. É um vexame”, explica que ele usa o enema comprado em farmácias.

Há por quem opte por métodos menos farmacológicos como o uso de chuveiros de pressão, por exemplo. Aí é que, segundo o proctologista Rogério Medrado,  mora o problema. “Uma lavagem dessas pode provocar uma laceração da pele que cobre o canal anal. Quando danifica a pele abre possibilidades de fissuras. O ideal seria não fazer a limpeza”, defende.

Contudo, para quem não abre mão de fazer a chuca, o  médico diz que o ideal é buscar alternativas menos traumáticas. “O canal anal é muito sensível. Essa limpeza pode ser feita com soro fisiológico, com um dispositivo que seja possível controlar a pressão ou até mesmo com a ajuda de alguém. Nunca use laxantes”, orienta.

Camisinha sempre 

O uso do preservativo é fundamental para a prática do sexo anal. Além de evitar as doenças, facilita na higiene já que se houver o famoso cheque a sujeira ficará no preservativo. “Isso vale tanto para homens quanto para mulheres”, completa o proctologista. Ele ressalta ainda que há alguns mitos envolvendo o sexo anal. “Ele não provoca hemorróidas ou câncer como muitos acreditam. Mas a relação anal tem que ter proteção total”, diz.

*Ele pediu que usássemos um pseudônimo