O anúncio do governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) de que é gay movimentou as mídias em celebração à ‘saída do armário’ do político que chegou a apoiar Jair Bolsonaro, presidente reiteradas vezes teve posturas LGBTfóbicas. Contudo, Eduardo não é a única pessoa LGBTQIA+ assumida que comanda um estado brasileiro. O Rio Grande do Norte tem, desde 2009, na sua liderança a pedagoga lésbica Fátima Bezerra (PT) como governadora.
Ao receber 1.022.910 de votos (57,60% dos votos válidos) e derrotar o candidato Carlos Eduardo (PDT) na eleição para o governo do Rio Grande do Norte, a então senadora colocou fim aos partidos políticos que comandavam o estado há praticamente seis décadas no estado.
Fátima nasceu na Paraíba e se mudou para o Rio Grande do Norte ainda adolescente. Quando jovem se integrou aos movimentos populares, de professores, foi dirigente sindical e se destacou como deputada estadual por dois mandatos (1995-2002). Exerceu mais três mandatos como deputada federal (2003-2014) até assumir uma cadeira no Senado.
Única mulher a se eleger governadora em 2018, a professora eleita deputada estadual pela primeira vez em 1994 e que desde então teve uma trajetória bem avaliada na política é também referência para o movimento LGBTQIA+.
Em 2020, sob comando de Fátima, o Governo do Rio Grande do Norte sancionou a Lei N° 10.761, em defesa dos direitos da população LGBT+, que reconhece a necessidade de combater a discriminação por orientação sexual e de gênero. A lei é de autoria do deputado estadual Sandro Pimentel. A lei torna obrigatória a afixação de cartaz contendo o texto: “Discriminação por orientação sexual e identidade de gênero é ilegal e acarreta multa – Lei Estadual nº 9.036/2007”.