A fotoativista radicada na Bahia Adeloyá Magnoni, que é uma das grandes referência em fotografia de Candomblé, lançará nesse final de semana sua primeira exposição fotográfica na Europa. Em parceria com o produtor italiano Tommaso Santostasi, admirador do Brasil e da cultura afro-brasileira, ela leva para Roma a Mostra “O Sagrado na Bahia”.
A exposição é composta por 16 fotos do Candomblé soteropolitano que ficarão expostas no Centro Cultural Capoeira & Artes na capital italiana. Ela acontece em um momento de reflexão necessária sobre o respeito às religiões de matriz africana. Dados do Ministério Público da Bahia (MP-BA) indicam que, em 2019, foram registrados no órgão, até junho, 29 casos de intolerância religiosa: 13 em janeiro, 5 em fevereiro, 2 em março, 6 em abril, 1 em maio e 2 em junho. O mais recente ocorreu em Vitória da Conquista no interior da Bahia.
As fotos são do começo da carreira da fotógrafa, realizadas em 2014 na Casa do Mensageiro do Babalorixá Rychelmy Esutobi. Encampando a luta antirracista, a fotógrafa, que tem um olhar sensível sobre a fotografia, sempre ratifica seu compromisso no combate contra o racismo religioso e usa sua arte para acessar as pessoas, na intenção de ressignificar o olhar sobre os Òrìsàs e as religiões afro-brasileiras. Tommaso Santostasi também assina a curadoria da Mostra.
Adeloyá Magnoni é foto-ativista, usa o trabalho fotográfico sob um olhar antropológico de forma a dar voz e visibilidade às diversidades sexuais, de gênero, afro-religiosas, sociais e étnicas. É Candomblecista, filha de Exu e Yansã, bissexual, antirracista e feminista interseccional. Acredita na fotografia como portal que acessa a todos independente do idioma, e a utiliza como elemento mobilizador de empatia através da arte.