O mundo está mais triste hoje. Nesta sexta-feira (25) se encerrou a vida terrena de um dos mais importantes ícones da luta trans no Brasil.
Primeiro homem trans a ser operado no Brasil, o ativista João Nery morreu aos 68 anos, vítima de um câncer.
Nery virou símbolo da luta pelos direitos das pessoas trans no Brasil e deu nome a um projeto de lei que tramita no Congresso desde 2013 para garantir o direito de retificar os registros civis, possibilitando mudanças de nome, sexo e foto na documentação pessoal de acordo com a identidade de gênero, independente de intervenções cirúrgicas.
No ano passado, o ativista publicou em sua página do Facebook que estava ausente da militância por estar se submetendo a um tratamento com sucessivas sessões de quimioterapia.
Antes disso, Nery já havia passado por problemas de saúde decorrentes de um infarto devido ao qual precisou colocar três stents nas artérias.
Em 2011, Nery contou detalhes de sua história no livro “Viagem Solitária: memórias de um transexual 30 anos depois”, uma obra autobiográfica que aborda sua trajetória desde a infância, passando pelos problemas da adolescência, quando os seios começaram a crescer e sua tentativa de escondê-los, chegando à vida adulta e sua experiência como pai.
O livro foi uma atualização de “Erro de Pessoa”, um trabalho anterior publicado por ele em 1984, que falava sobre sua vida até os 27 anos.