Vai ter Cortejo Afro no circuito do Campo Grande neste domingo (09) e nem será Carnaval. Explico: a banda Cortejo Afro será a atração principal do trio oficial do Grupo Gay da Bahia (GGB), que abrirá o desfile de trios elétricos da edição de 2018 da parada LGBT da Bahia.
Os vocalistas Açúcar Portela e Aloísio Menezes cantarão o hino nacional na abertura do evento às 15h. Na sequência, eles puxam o cortejo pelo circuito do Campo Grande – o mesmo do Carnaval indo pela Avenida Sete de Setembro até as imediações da Casa d’Itália.
“O Cortejo é o bloco queridinho da galera LGBT nativa e visitante! Tudo certo e como toda bee é elegantemente sofisticada, a produção acertou. A parada acontece no dia 9 de setembro tendo concentração a partir das 15h no Largo do Campo Grande e segue o percurso do Carnaval do centro. O percurso dos trios termina às 20h e o palco ás 21h30. A produção garante que vai liberar a programação, hoje a qualquer momento”, afirma Marcelo Cerqueira, presidente do GGB, que organiza o evento.
O Cortejo criado em 2 de julho de 1998, na comunidade de Pirajá. Sua origem dentro dos limites de um terreiro de candomblé, o Ilê Axé Oyá, sob a inspiração e orientação espiritual da Yalorixá Anizia da Rocha Pitta, Mãe Santinha, atesta toda a sua identidade, autenticidade e força.
O Bloco foi idealizado pelo artista plástico Alberto Pitta, que há mais de 35 anos, desenvolve trabalhos ligados à estética e cultura africana. A entidade, envolvida com esta proposta, desenvolve trabalhos sociais junto à sua comunidade durante o ano inteiro.
O abraço. Esse será o mote da 17ª Parada do Orgulho LGBT da Bahia deste ano. Abraçar a diversidade é dar afeto aos LGBTs, às novas identidades de gênero que surgem e que reivindicam espaço de poder e de palavra. Abraçar a diversidade é cultivar um mundo solidário com menos choros provocados pela ação da violência e das dores provocadas por esse mal do século. Os LGBTs se inserem nesse cultivo de um mundo melhor por serem lutadores, e muitos sobreviventes dessa violência LGBTfobica, que nos assustam e dilaceram nossas vidas, causando feridas incuráveis.
“Nosso convite para Abraçar a Diversidade com todo gás insere a luta contra o racismo, a proteção da vida das mulheres trans e cisgêneros, as lésbicas, reverenciar memória das mulheres vítimas do feminicidio na Bahia, Brasil e no mundo, inclusive denunciando esse machismo violento que mata. Ao associar esses dois temas à 17ª Parada LGBT da Bahia, queremos declarar que o nosso movimento não é só nosso, mas é um braço abraçado a um movimento maior, internacional, liderando pela força feminina, pelo poder que emana da luta das mulheres na transformação do mundo em um lugar bom de viver, namorar, constituir famílias, criar filhos, namorar e abraçar livremente em espaços públicos de circulação de pessoas”, afirma Cerqueira.