Sim, era tudo playback! Sim, ela estava rouca! Sim, em cada música dublada o tom da voz era diferente por conta dos arranjos originais de cada época.  Sim, as brincadeiras e até as falas são praticamente as mesmas dos anos 80. Sim, apesar da dança, o fôlego não é mais o mesmo. Mas é preciso realmente renovar ou Xuxa sempre foi amada por ser desse mesmo jetinho há mais de 30 anos? Foi o que a eterna rainha dos baixinhos demonstrou durante sua apresentação na noite de quarta-feira (11) na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Aos 54 anos, Xuxa se reinventa dentro da mesma proposta estética que lhe alçou ao posto de um dos maiores símbolos da infância de muitas gerações e um expoente da mídia do Brasil. A maioria das milhares de pessoas que foram à Fonte Nova ver o ‘xou da Xuxa’ dificilmente estavam preocupadas se ela estava fazendo playback durante as canções, ou seja, dublando se cantar ao vivo. Os olhos dos baixinhos de outrora brilhavam diante da loura tal qual se estivessem sentados no sofá de casa assistindo a um dos seus programas matinais dos anos 80, 90…

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Xuxa, apesar de gravar discos, CDs e afins, nunca se colocou como cantora. Sua voz nunca foi seu principal atributo artístico. A conexão dela com seu público é seu principal artifício. Prova disso é que por pelo menos seis vezes ao longo de 1h3o de apresentação ela ouviu em coro os gritos de “Xuxa, eu te amo” vindo de altinhos e baixinhos de todas as idades.

“Sou rainha mesmo. Esse título é meu, meu apossei dele. Serei a eterna rainha dos baixinhos “, declarou Xuxa durante a apresentação

Dificilmente um artista com tanto tempo de carreira possa despertar o lado lúdico das pessoas e fazer pessoas como a comerciária Lícia Helena, 39 anos, chorar vestida de paquita diante de um palco de um show. “Xuxa ao longo da carreira recebeu muitas críticas e depois que trocou de emissora isso aumentou, mas ela é maravilhosa e tem fãs que irão acompanhar ela para sempre”, disse, emocionada. Ela foi uma das dezenas de pessoas que se fantasiaram para ir na apresentação.

“Meu sonho sempre foi ir ao Xou da Xuxa mas nunca consegui porque era no Rio de Janeiro. Hoje eu moro em Aracaju e comprei o ingresso e a passagem no primeiro dia. Estou realizando um sonho de criança aos 38 anos”, disse, emocionado, o industrial Flávio Gomes.

Conectada com os tempos atuais Xuxa – que faz a turnê de apresentações em parceria com a festa Chá da Alice – colocou a diversidade em cena. Em alguns momentos em detalhes sutis como guarda-chuvas nas cores do arco-íris. Em outros bem mais diretos a exemplo da convocação de paquidrags baianas – Rainha Loulou, Kaysha Kutnner, Yanna Steffens, Sasha Heels, DesiRée Beck, Twiggy e Petra Perón – para dublarem duas canções.

As paquidrags made in Bahia lacraram no #xuchásalvador

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O show, que tem uma cenografia incrível que remete de fato aos melhores momentos da carreira da rainha, trouxe até a famosa nave banca que arrancou lágrimas de muita gente quando a rainha deu o famoso ‘beijinho, beijinho, tchau, tchau’. A sensação é que a TV tinha desligado e que era hora de ir para a escola. Ainda bem que hoje é feriado.

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