Um protesto contra a chamada “cura gay” é realizado neste domingo (24) na Barra. Os manifestantes saíram por volta das 16h30 do Morro do Cristo, na Avenida Oceânica, e fazem passeata até o Porto da Barra. O motivo concreto da indignação é a liminar concedida por um juiz federal nesta semana que abre uma brecha para que psicólogos possam oferecer pseudoterapias de reorientação sexual, popularmente chamadas de ‘cura gay’, algo até agora expressamente proibido pelo Conselho Federal de Psicologia.
“Primeiro que a não somos doentes. Nós não queremos perder nossos direitos, já avançamos muito nessa luta e não podemos voltar atrás. A constituição não diz que somos pessoas livres? Somos livres para amar quem a gente quiser. Não precisamos disso. Manifestações como essa já ocorreram em alguns estados e vão acontecer no Brasil todo”, afirma a coordenadora da Marcha das Vadias Sandra Muñoz, 44 anos, pedagoga que participou do movimento. Ela disse que não é contra a reorientação sexual, mas que as pessoas precisam ter a liberdade de fazer o que quiserem. “Cada um faz o que quiser. Se quiser voltar atrás, pode também. Mas ninguém pode impor nada a ninguém”, defende.
Os manifestantes prometem beijaço, chuca e mais. “Vai ter chuca, siririca… Aqui é movimento de gay”, ressalta Sandra. Entre as palavras de ordem dos manifestantes, duas chamaram atenção da reportagem: “As gay, as bi, as trava e os sapatão. Tão tudo organizado pra fazer revolução” e “Eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser”.
O estudante de ciências sociais e coordenador do movimento Afronte Juan Torres, 20 anos, explica que o objetivo deles não é apenas chamar a atenção da sociedade: “Nosso pleito é pela criminalização da LGBTQfobia, despatologizaçào da identidade trans – que sofrem muito preconceito – e por realização de políticas públicas nesse sentido”.
*Com informações de Júlia Vigné e fotos de Almiro Lopes/CORREIO