Assisto a novela O Outro Lado do Paraíso desde os primeiros dias. Quando surgiu a informação que haveria um personagem gay – o médico Samuel (Eriberto Leão) – já fiquei com as antenas ligadas em busca de representatividade. No desenrolar da trama, quando Samuel se apaixonou por Cido (Rafael Zulu) já pensei logo que choveriam críticas e que tão logo começaria a patrulha do ‘e vai ter beijo’. Dito e certo. A patrulha rolou, o tempo passou e somente no capítulo desta quarta-feira (08) que rolou o primeiro beijo entre o casal – faltando apenas três dias para terminar a trama global.

Mas, algo mudou com essa novela. Não houve aviso da Rede Globo que o beijo aconteceria. Esse comunicado para ‘preparar o público’ era algo comum em outras produções do canal. Dessa vez não teve. Ainda bem. Em várias cenas da novela entre os dois – mesmo nas que insinuam tórridas cenas de amor nunca houve um beijo entre os dois. Só ficavam as insinuações. Desse vez após uma briga e quase fim do relacionamento rolou o beijo. Durou menos de 10 segundos. Foi bem chocho e nada que arrepiasse o coração dos telespectadores a exemplo do que acontece nos beijos exibidos na TV entre casais heteros.

A TV e seus expectadores ainda precisam evoluir muito nesse sentido. O não anúncio do beijo me surpreendeu como telespectador. Eu já estava esperando chegar o último dia da novela para escrever o texto dizendo que não rolou o beijo entre os dois. Só é uma pena que beijo tenha sido quase uma ‘brotheragem’. Nenhum casal que quase terminou e reata o romance dá esse beijinho fraco:

Óbvio que isso é uma evolução. A TV evolui junto com a sociedade. A atriz e escritora Vida Amélia Guedes Alves foi uma pioneira. Ela deu o primeiro beijo da TV brasileira, na década de 50, e o primeiro beijo gay, nos anos 60. Desde então estamos em processo de evolução sobre esse tema. Já tivemos casos como o da novela Torre de Babel onde o casal de lésbicas precisou ser morto na trama por conta da rejeição do público. A aceitação tem aumentado a ponto de por exemplo haver torcida por exemplo pelo casal Cido e Samuel fora do Vale dos Homossexuais.

Mas, nem tudo são flores nesse jardim dramatúrgico de O Outro Lado do Paraíso. A evolução do telespectador não segue o mesmo ritmo da sociedade.  No desenrolar da trama dos personagens a novela escorregou DIVERSAS vezes no respeito às identidades de gênero e a sexualidade. Falhou na forma e no conteúdo. Prestou, em vários momentos, um desserviço à diversidade da população LGBTQIA+ com textos que amplificam a homofobia arraigada na nossa sociedade.

Quando a trama entre os dois esfriou – e ambos voltaram para suas antigas companheiras – a novela passou por uma fase cruel e difícil de entender. O tempo inteiro as cenas reforçavam a possível existência de uma ‘cura gay’. A mãe de Samuel, Adnéia (Ana Lucia Torre), vivia falando que acreditava na ‘cura da homossexualidade’ do filho. Ontem, houve a redenção desse discurso. Uma pena imaginar que todas as pessoas que passaram a novela inteira ouvindo esses comentários não terão tempo de exposição semelhante para entender as incoerências de quem pensa assim.

Foi emocionante ouvir Adnéia se declarar para Cido: “Cido não vá. Eu gosto de você. Só achava que meu filho ia ser mais feliz com uma família tradicional. Não vá embora, eu não quero te perder. Eu prometo mudar minha atitude, fica, prometo te mimar. Eu vou te tratar como um rei. Prometo ser uma sogra maravilhosa.”

Mais do que isso. Fui às lágrimas quando ela deixou claro que os dois não eram doentes e portanto não deveria haver uma cura. “Vivendo e aprendendo. Definitivamente, não existe cura gay. Não existe cura porque não existe doença. O Cido não é doente. Muito menos, meu filho Samuel é doente. Simplesmente, eles se amam!.

Tomara que as pessoas que assistiram as barbaridades preconceituosas cheguem a essa mesma percepção. Que as Adnéias de ontem se multipliquem nas casas. Que as pessoas apenas entendam que NÃO EXISTE CURA PARA O QUE NÃO É DOENÇA! 

9 de maio de 2018

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