Após quase dois meses de concurso, chegou ontem ao final o Grand Prix Drag Queen, que reuniu 20 candidatas no bar Xampoo no Beco dos Artistas. A drag queen Spadina Banks conquistou a coroa do concurso com uma apresentação leve, com humor e crítica ao momento social do Brasil. Com 10 dos 13 votos, Spadina superou outras quatro fortes candidatas: Alehandra Dellavega, que ficou em segundo lugar, e Euvira, Malayka SN e Aleera Cox, que não tiveram nenhum dos votos.
A prova, que criada por Rainha Loulou, que é idealizadora e responsável pelo concurso, obrigava cada uma das finalistas as desenvolver uma apresentação onde elas se mostrassem ser uma super drag queen. Spadina, que foi a última a se apresentar, levou o público do bar ao delírio quando fez um número onde ela era uma empregada doméstica que virava uma heroína – para combater uma invasão dos coxinhas que queriam instaurar um golpe – ao entrar em contato com uma mala mágica.
Com figurino simples, mas eficaz, Spadina brilhou com as interpretações de Ensaboa, Meu Nome é Gal e I will Survive. “Eu estou muito feliz e emocionada de ganhar essa coroa”, disse a drag que recebeu a coroa de Scarleth Sangalo, que venceu a última edição do concurso em 2013. Como premiação, Spadina ganhou R$ 1 mil em dinheiro além do convite para estrelar um editorial fotográfico no Me Salte.
A vice-campeã da noite foi Alehandra Dellavega que caprichou na encenação e na interpretação do número onde sua heorína matava o deputado Jair Bolsonaro com golpes de uma longa trança. A drag transformou o palco do Xampoo com cenografia que lembrava neve e arrancou os apalausos da platéia ao final da sua apresentação.
Com maquiagem, figurino – com destaque para as lentes brancas – Alehandra fez sua melhor apresentação no concurso e, se não fosse o surpreendente número de Spadina, teria se sagrado a grande campeã.
Euvira
A noite foi aberta por Euvira que impactou o público com sua performance que incluia canções de Elza Soares. Euvira foi assertiva no seu discurso com ênfase política, social e cultural.
Malayka SN
Com poesia, cultura e discurso politizado Malayka SN encantou a platéia do Xampoo. Com poder da fala, do textão e da visão de arte completa, a artista mostrou enorme força no palco.
Aleera Cox
Surpreendendo o público ao cantar, ao vivo, Aleera mostrou grande crescimento no concurso. Com discuso de combate a homofobia e respeito ao próximo, a artista brilhou no palco.