Utilizar múltiplas linguagens artísticas para viabilizar e ampliar as discussões sobre as temáticas lésbica, sapatão e trans tem sido a grande ocupação da atriz, roteirista e produtora Mariana Passos. A ausência de referências marcantes e sem estereótipos foi um dos principais motivadores que impulsionaram a artista na elaboração de projetos sáficos multilinguagens que incluem podcast, livro, cineclube, animação e uma peça teatral em estudo.
No dia 29 de agosto, Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, Mariana vai lançar, na Saladearte Cinema do Museu, no Corredor da Vitória, em Salvador, a segunda temporada do videocast Furta-Cor. O produto audiovisual é feito em parceria com a artista plástica e mothion graphic designer Thiene Magalhães e com Elinaldo Nascimento, diretor e editor de som com ampla experiência em música, cinema e teatro.
Visibilidade Lésbica
Considerado o mês da Visibilidade Lésbica, agosto tem duas datas marcantes para a comunidade. O Dia do Orgulho Lésbico é celebrado no dia 19 em referência ao levante do Ferro’s Bar, após episódio de homofobia no local que era ponto de encontro da comunidade lésbica na cidade de São Paulo. Já no dia 29, é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, a data é uma referência a primeira edição do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (Senale) – agora Senalesbi.
Para Mariana, o Mês da Visibilidade Lésbica ainda não é tão conhecido como o orgulho LGBT (em junho), por exemplo, e do ponto de vista comercial e artístico ainda há muito espaço para se conquistar. “Por isso, é importante a gente falar sobre essas datas e visibilizar as nossas lutas, pautas e questões. O Brasil sempre foi um país de sapatonas, vide a velha guarda da MPB, mas isso não era falado, até para cantar as músicas isso era ocultado. É importante falar da arte sapatona, e explicar as identidades incluídas nesse bojo, como a identidade sapatão, que por muito tempo foi tratada como demérito. No cine Furta-cor, entendemos a identidade sapatona como um guarda-chuva para a sapatonice lésbica, bissexual, pansexual, transexual, transmasculine e etc. O que queremos é virar o jogo e tratar como algo a se orgulhar”, reflete.