Rondando

A turma foi dividida em duas. Metade para o online, metade para o impresso. No online, as pessoas chegam todas no mesmo horário, por volta das 7h. No impresso, chegam a cada hora, acompanhando os horários dos repórteres. Minha experiência começou pelo jornalismo online. Entre alegrias e frustrações, vou contar como tem sido.

Ontem fui instruída a fazer ronda. Que diabos é ronda? Na prática, é ligar para todos os “telefones úteis” da cidade e perguntar: – houve alguma ocorrência? Algo fora do comum? Protestos? Quantos homicídios? A partir das informações simples que recebo, vou fazendo mais perguntas em cima delas. Outro tipo de ronda é a dos blogs das cidades do interior.

telefonemas, recados, lembretes e loucuras

telefonemas, recados, lembretes e loucuras

Nessa ronda em blogs, encontrei uma pauta sobre uma jovem mantida em cárcere, estuprada e torturada por um casal em Vitória da Conquista. O caso tinha, literalmente, acabado de ser noticiado. Quando liguei para a Delegacia Especial de Atenção à Mulher (Deam), a delegada ainda nem sabia do caso e a moça ainda estava no hospital. Não consegui falar com ninguém e fiquei bem frustrada.  A notícia foi dada bem depois de outros portais, poderíamos ter sido “os primeiros”. A parte boa de noticiar depois é que conseguimos maiores detalhes sobre a história. Lara, que se responsabilizou pela pauta depois, descobriu coisas novas que diferenciaram totalmente o caso em relação às matérias produzidas por outros veículos.

Fui tratada com grosseria nos telefonemas incontáveis vezes e cheguei a agradecer por isso. No meio da grosseria e do estresse da pessoa no outro lado da linha, que quer se livrar de você a qualquer custo, ela te joga uma informação que te leva a outras. Assessoria tem as pessoas mais solícitas. Acho que estou gostando. Obrigada, Kívia!