Recordar é viver

Recordar é viver

WhatsApp Image 2017-12-08 at 16.50.03

Depois da imersão em esporte, passei por mais outras três editorias do jornal Correio*. Minha Bahia com Gil Santos e Carol Aquino, Política com Luan Santos e, por fim, Cultura com Ana Cristina Pereira. Todas essas experiências me proporcionaram um grande aprendizado e momentos incríveis, como o que eu vivenciei na editoria de Cultura, no dia 29/11.

Cheguei ansiosa para saber qual seria a minha tarefa na redação e não tinha ideia do que viria pela frente. Ana Cristina, a editora do caderno Vida apareceu e com ela surgiu à pauta. Eu teria que fazer uma matéria para o site sobre o show da banda Detonautas, que ia acontecer no outro dia na cidade. Ana me passou todas as orientações, desde o número da assessoria, releases e o novo CD para que eu escutasse e me inspirasse no texto. E não é que eu me inspirei? Normalmente não gosto de escrever ouvindo música, mas, dessa vez, aceitei a dica da editora e deu certo. Pude conhecer mais o novo disco e ter um ponto de partida para a entrevista que faria com Tico Santa Cruz, que até o momento eu não sabia.

WhatsApp Image 2017-12-08 at 16.50.03

 

Inicialmente, falei sobre o show com Silvana, assessora da banda, que foi muito simpática. Para minha surpresa, ela encaminhou imediatamente minha ligação para Tico Santa Cruz, o vocalista da banda. Nesse momento, meu coração se dividiu entre o papel de repórter e a menina que ouvia Detonautas quando era criança. Quem diria que eu ia conversar com a voz que faz parte da minha memória afetiva. Me contive como fã, anotei as perguntas para não esquecer e comecei a discar os números no telefone. Tinha que ser uma conversa breve, afinal Tico estava de saída segundo Silvana.

Conversei com Tico sobre as suas expectativas para o show, afinal fazia quase cinco anos que a banda não vinha a Salvador e perguntei sobre o  disco que foi minha trilha sonora da tarde. O CD me chamou atenção na primeira música, pois se mostrou diferente de tudo que a banda havia feito até hoje. Quando questionado por mim sobre o repertório novo, Tico admitiu:“A gente só retratou o nosso estado de espírito. Precisávamos de algo mais reflexivo nesse momento conturbado que estamos vivendo no país. As músicas falam muito de perdão, amor, paz e silêncio”, explicou.

Passada a surpresa, desliguei o telefone e fui terminar o texto. O nervosismo inicial deu espaço para uma leveza, semelhante ao peso da pena que estampava a capa do CD e as canções calmas da banda que continuavam  no meu fone de ouvido.