“Esses três trabalham de maneira conjunta de forma que o genético define o gonadal, que, por sua vez, define o fenótipo […]. É a afinação destas três coisas que define o sexo do bebê. Qualquer alteração no cariótipo, na função das gônadas [glândulas sexuais que produzem óvulos ou espermatozoides] ou em ambos gera um feto com fenótipo ambíguo”.
“As famílias chegam achando que seus filhos são os únicos. Esse material diz que ‘não’ e mostra que essas pessoas devem ser acolhidas em sua diversidade”, pontua a psicóloga.
“Quando um bebê nasce intersexo, é comum passar por cirurgias plásticas meramente estéticas para ‘corrigir’ seu genital fazendo ele parecer mais com um genital considerado típico. Essas cirurgias muitas vezes são feitas em bebês com menos de 2 anos de idade e são irreversíveis”, argumenta.
“Sem a minha autorização, mexeram na genital dela. O médico me disse que seria apenas um procedimento para auxiliar na regulação do trato urinário e seria um tratamento progressivo, mas me entregou ela com a cirurgia feita, inclusive uma plástica que adequou seu órgão a uma vagina”, relata a Eliane.
“Pensamos nisso quando uma pessoa do meu gabinete, que era intersexo, me falou da importância em ser reconhecido perante o estado, independente de seu sexo. Há ainda os constrangimentos que isso pode causar à pessoa na vida adulta”.
*Com supervisão da editora Ana Cristina Pereira
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