Por Tatiana Magalhães Aguiar, ginecologista/obstetra e conselheira do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb)

Toda mulher necessita ir periodicamente ao médico ginecologista independentemente de qualquer sintoma e este cuidado não deve estar apenas vinculado a campanhas divulgadas por promotores de saúde públicos ou privados: faz-se necessário um acompanhamento horizontal ao longo da vida.

É fundamental a avaliação por um profissional capacitado e preferencialmente com título de especialista reconhecido pelo Ministério da Educação ou FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Após análise minuciosa, e dependendo da faixa etária e de fatores de risco, serão solicitados exames para rastreamento de câncer de mama e colo uterino, assim como recomendação preconcepcional e pré-natal.

As outras abordagens dependerão das queixas apresentadas na consulta. Os conceitos de Prevenção Primária e de Diagnóstico Precoce das doenças devem estar arraigados na nossa cultura se quisermos gozar de plena saúde.
​Embora tenha sido demonstrado que a detecção precoce através de mamografias é a forma mais eficaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama, o câncer de mama é a principal causa de mortes por câncer em mulheres em todo o mundo, com taxas de sobrevivência ainda menores nos países de baixa e média renda em comparação com países de alta renda.

Isso se deve provavelmente a baixos índices de diagnóstico de lesões iniciais, impactando negativamente na sobrevida. Recomenda-se que as mulheres realizem a mamografia a cada 1 a 2 anos a partir dos 40 anos, com início anual de triagem aos 50 anos.
O método de rastreamento do câncer do colo do útero e de suas lesões precursoras é o exame preventivo também conhecido como papanicolaou. Os dois primeiros exames devem ser realizados com intervalo anual e, se ambos os resultados forem negativos, os próximos devem ser realizados a cada 3 anos. O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram ou têm atividade sexual.

Os exames periódicos devem seguir até os 64 anos de idade e, naquelas mulheres sem história prévia de câncer, interrompidos quando essas mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.

Para mulheres com mais 64 anos de idade e que nunca se submeteram ao exame preventivo, deve- se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos os exames forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais.
​O objetivo do cuidado preconcepcional e pré-natal é reduzir o risco de efeitos adversos para a saúde da mulher, do feto ou do recém-nascido, otimizando a saúde e o conhecimento da mulher antes de planejar a gestação e durante a mesma.

Como a capacidade de reprodução abrange quase quatro décadas para a maioria das mulheres, otimizar a saúde das mulheres antes, durante e entre as gravidezes é um processo contínuo que exige o acesso e a plena participação de todos os segmentos do sistema de saúde.
​Portanto, a mulher deve ter consciência de que a prevenção é a melhor forma de evitar doenças, sendo que a escolha por um estilo de vida saudável através de cuidados com a alimentação e prática de atividade física regular são os pilares para se atingir este objetivo.

O diagnóstico precoce de doenças como câncer de mama e colo uterino também está ao alcance de todas as mulheres bastando acompanhamento regular e periódico com seu médico ginecologista e obstetra.

24 de outubro de 2017

Veja quais são os principais cuidados que a mulher deve ter com o corpo

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