Representatividade trans e travesti na literatura é tema da mesa “Mente sã em corpo trans”, que reúne a artista paraibana Bianca Manicongo, conhecida como Bixarte, e o escritor baiano Esteban Rodrigues, com mediação do poeta Alex Simões. O evento acontece no dia 11 de junho, às 10h, no Festival Literário Nacional (Flin), no Ginásio Poliesportivo em Cajazeiras.

Com o mote “Diversas Leituras e Novos Caminhos”, o Flin traz a discussão sobre a produção literária de travestis e pessoas trans como fundamental para a transformação social. “O Flin antenado com os desafios contemporâneas, que surge como demanda efetiva das sociedades, está viabilizando uma oportunidade de discussão sobre esse tema”, declara o diretor-geral Zulu Araújo.

“Cazajeiras fez parte da minha construção enquanto sujeito”, descreve o autor de “Com mãos atadas e como quem pisa em ovos” Estaban Rodrigues, que cresceu na Estrada Velha do Aeroporto. “Voltar a esse espaço, que recebe propositalmente um festival literário, está numa perspectiva de incentivo não somente à leitura, mas à formação de sujeitos que produzirão novas narrativas que não estão associadas a um lugar de elite”, afirma.

Esteban acredita que as novas formas de leitura possibilitam imaginários possíveis para uma mente sã. “As diversas formas de leitura tornam mais acessíveis modos de nos vermos enquanto referências. Conseguir explorar um conteúdo que retrata pessoas como eu, sem objetificação, sem animalização é a possibilidade de nos vermos de mãos dadas com nossos pensamentos”, ilustra o autor.

Saúde mental trans e agito no Flin

“Quando eu iniciei minha transição, há quatro anos atrás, era mais difícil encontrar uma literatura com autoria ou personagem trans”, relata o poeta que vem se destacando na cena literária. “Hoje eu estou construindo um acervo literário com produções diversas que seguem essa linha”, conta Esteban.

O poeta também relata que a escrita de pessoas trans não precisa estar associada à demarcação de sua identidade de gênero.

“Podemos falar de afeto ou de rotina, essa é a diversidade dos nossos propósitos. O meu, enquanto escritor e poeta, é marcar todas as nuances que a transgeneridade atravessa dentro da minha realidade”, afirma.

Além da mesa, a representatividade da comunidade LGBTQIAP+ continua no dia 10 de junho, o rap alagoinhense Hiran sobe ao palco Arena para agitar a programação do Flin. Com mais de 1,4 milhões de visualizações em seus clipes, o dono dos hits “Lágrima” e “Gosto de Quero Mais”, traz seu rap do interior e que fala com dissidentes sexuais, para o festival.

Confira mais informações no site www.flin.ba.gov.br e no instagram @flinoficial

Serviço
Festival Literário Nacional – FLIN
Quando: de 9 a 11 de junho
Onde: Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras
Entrada Franca

10 de junho de 2022

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