(Foto: Renata Drews)

Bagagem de conhecimento (Foto: Renata Drews)

Bagagem. Não. Esta não é aquela mala que se leva para viajar, cheia de roupas, objetos e afins. A qual trato comporta o intangível. É o baú que você carrega para onde quer que vá, para todo lugar, dentro da mente, na sua memória. É aquele lugar recheado de vivências, experiências e referências. Onde se depositam lembranças, olhares, leituras, sons, sensações e emoções.

Os passos e os laços da língua que acompanham a melodia em uma “dança” dos sons. Letras que balançam e te lançam num mergulho de imaginação nas cenas de uma estória. Fantasias e cenários que os olhos na tela acompanham e a mente acredita, se joga e confia. A viagem para longe, o transporte para outra realidade e o embate com novas culturas. As leituras de mundo. O debate crítico, o discurso analítico, a reflexão. O descobrir do diferente, e o nascer da compreensão.

Uma história escutada, um aprendizado de infância, uma decepção e o pulo de volta para a superfície. Um arranhão e um choro. Aquele erro cometido e lições aprendidas por bem ou por mal. Uma dica e um conselho. Um desabafo e um abraço. Aquela notícia triste, uma situação revoltante e o relato inacreditável. O esforço, o estudo e o momento que empurra diante do precipício. O tropeço assertivo e a não desistência. A comprovação da força. Lágrimas de alegria ou de tristeza.

(Foto: Renata Drews)

(Foto: Renata Drews)

O que você guarda na sua mala é o que você viveu, e é o conjunto do seu conhecimento. “Jornalismo é bagagem própria”, afirmou o jornalista Wladmir Pinheiro, editor do Correio24horas, para os dez novos “futuros”. A fala dele veio da palestra sobre jornalismo digital, mas o conteúdo se tornou muito mais amplo, tangeu a rotina produtiva de um jornalista, o ambiente de trabalho e o mundo das ideias.

Segundo ele, mais conhecido como Wlad, o jornalismo é “a profissão que depende do esforço próprio”. A busca por um olhar distinto, uma referência trazida, uma ideia e a criatividade dependem do ato individual de se capacitar para fazer novas leituras do que já está ali. Mas se capacitar não é apenas estudar ou tirar um certificado, fuja do senso comum.

Você é o que você se alimenta, e o seu baú está repleto de “digestões”. Ele guarda o que é essencial, absorve aquilo de melhor que é fornecido a ele. Então, o que a sua mala come e do que ela tem fome? Essa resposta pode retratar muito o que você é e o que almeja ser. Determina também o que não é. “Se alimente com o máximo de informações que podem montar a sua bagagem própria”, aconselha Wlad. Uma ideia trazida pode alterar uma rotina já existente, mas isso exige que se tenha bagagem, e só faz isso quem se alimenta.

Renata Drews
Renata Drews
7º semestre na Fsba – Tem 22 anos com tamanho de 12! É uma canceriana que adora gentilezas, sorrisos sinceros e sonha em conhecer o mundo. Apaixonada pelo universo dos livros, pela moda, fotografia e por colagens. Pode ser inquieta e ansiosa mas o que a move é a sede por aprender e descobrir. Também é graduanda em Letras com Francês na Ufba.