Pegos de surpresa com a decisão do governador Rui Costa que baixou um decreto reduzindo de 5 mil para três mil a presença de público nos eventos, os empresários e produtores tiveram que cancelar vários eventos já programados e lguns com ingressos vendidos. Em Carta Aberta a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE) fez vários questionamentos. Leia abaixo:
“NESSE MOMENTO, CANCELAR EVENTOS CONTROLADOS É PRECIPITADO, PRECONCEITUOSO E INCOERENTE A retomada dos eventos é um processo que está em andamento em todo o país respeitando os índices epidemiológicos de cada região. Nos últimos meses, milhares de empreendimentos controlados foram realizados de forma segura, seguindo protocolos sanitários. Não nos faltam bons exemplos: F1, Rodeio de Jaguariúna, Carnatal, partidas de futebol. Até dezembro todos os eventos realizados não tiveram impacto no número de casos de Covid 19 em suas regiões. Dessa forma, a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (ABRAPE) considera precipitado, preconceituoso e prematuro o cancelamento de eventos controlados que obedecem os cuidados necessários e exigidos. Vivemos sabidamente uma variante que impacta o mundo todo, com ou sem eventos.
O aumento pontual nos casos, que não vem implicando em agravamento e óbitos, não pode influenciar decisões prematuras no momento. A referência com os países que já vivenciaram a onda dessa cepa é clara nessa direção. Muitos países continuam com o setor de eventos atuando, mesmo com os índices de casos muito maiores. Além disso, têm optado por manter as atividades econômicas em funcionamento, resguardadas por iniciativas como a ampliação das campanhas de imunização e a exigência de comprovante de vacinação para o acesso em ambientes controlados. Afinal o papel do setor público é procurar soluções e não culpados.
O setor de eventos fechado por 18 meses já não foi a solução para o nefasto impacto dessa pandemia nas vidas e na economia de nosso país. O Brasil tem um índice de imunização bastante relevante. Sabemos que a vacinação reduz substancialmente os impactos da doença. É importante que sejam acompanhados os desdobramentos nas próximas semanas antes de se formalizar cancelamentos precipitadamente, que prejudicam milhões de empregos, milhares de empreendedores e mais de 54 setores da economia. Quem vai pagar essa conta?
O nosso processo de retomada foi racional e cauteloso, sempre olhando o conjunto de indicadores epidemiológicos e, de repente, escolhem fechar os eventos abruptamente, olhando exclusivamente um indicador e, novamente, sem respeitar a especificidade de cada atividade. A escolha desse setor como vilão é subjetiva, simplista e injusta!! Em tempo: o debate não deve ser restrito aos eventos. Isso é preconceito. O princípio da precaução utilizado para justificar o cancelamento de eventos é incoerente. Se é para aplicar o princípio, tem que ser para todas as aglomerações de convívio, de forma horizontal, abrangendo as praias lotadas, transporte público lotado, comércio lotado, manifestações políticas e muitas outras. E porque não se fala nisso?
A ABRAPE defende, portanto, que, diante do cenário conhecido por outros países que enfrentam essa cepa e os bons exemplos vistos no país, se mantenha a realização de eventos em locais onde seja possível controlar os protocolos sanitários! Isso é o justo e já mostrou ser viável! Queremos a continuidade da retomada com suporte da ciência, racionalidade, coerência e justiça”