A indefinição sobre a realização do Carnaval em 2022 – que acredito que não irá acontecer pela desistência dos grandes astros com seus blocos – consolidou a posição dos donos de camarotes privados que decidiram realizar o Carnaval “indoor” com nomes de peso da axé music, sertanejo, funk, pagode, eletrônico. Isso dentro do protocolo estabelecido pelo governo de liberar eventos para até cinco mil pessoas.
Nesses tempos pandêmicos em que vivemos, quando a notícia foi publicada nos jornais, blogs e sites de quea as festas nos camarotes vão acontecer, quer tenha ou não Carnaval de rua, as opiniões se dividiram. No final, todos têm razão. Se não houver uma solução dos governantes em fazer alguma celebração para a população que não tem dinheiro para pagar os camarotes, vai ficar esquisito. Comenta-se a realização de uma festa organizada nos bairros populares com atrações de peso. O que seria justo. Afinal, todos têm direito de brincar na nossa festa mais popular. Mas enquanto nada se define, vamos aos fatos.
Fiz esse preâmbulo porque, na verdade, os camarotes do Carnaval em Salvador após a explosão da axé music nos anos 1980 nada mais são do que os antigos bailes de clubes. Basta conversar com pessoas mais velhas que curtiram muito a folia baiana e eles vão lembrar com saudades dos famosos bailes que aconteciam em clubes como o Bahiano de Tênis – aquele que Gil cantou na música Tradição que preto não entrava -, ou na Associação Atlética da Bahia, Clube Português, Espanhol entre outros. Tinha também o Baile das Atrizes no Teatro Vila Velha e depois o Baile da Oxum, uma dissidência comandada pelo ator Benvindo Siqueira que acontecia no Hotel Meridien. Quer saber mais, inclusive a opinião de Tinho Albuquerque da Central do Carnaval? Leia o Baú do Marom completo no CORREIO online.
Foto 1: Baile de Carnaval no Bahiano de tênis nos anos 1980 (Divulgação)
Foto 2: Tinho Albuquerque sócio da Central do Carnaval (Uran Rodrigues – Divulgação)