Prestes à completar 50 anos, em 2023, o LP Samba da Bahia lançado em 1973 reunia três artistas que se tornariam expoentes e referências do mais autêntico ritmo brasileiro com o toque, a malandragem e elegância de Riachão, Batatinha e Panela. Infelizmente, todos já morreram. E, por trás dessa realização, o produtor baiano Paulinho Lima (o mesmo do cultuado show e disco Gal Fa Tal); o cantor, compositor e também sambista Edil Pacheco e texto de contracapa assinado por Maria Bethânia e Paulinho da Viola. E as fotos assinadas por Marcos Maciel, renomado profissional. Só tinha mesmo que dar certo.
O que ninguém entende é que para se ouvir esse trabalho ou um amigo que tenha o disco lhe empreste ou então você procura no Youtube. Infelizmente não se encontra em CD. Festejado quando de seu lançamento contou com o apoio irrestrito de Raimundo Carvalho, então representante na Bahia, da gravadora Philips / Polydor, que depois viria se chamar Polygram e atualmente Universal. O disco reúne sambas que depois se tornaram clássicos como Cada Macaco no Seu Galho e Pitada de Tabaco (Riachão), Diplomacia e Direito de Sambar (Batatinha); Não Suje Meu Caixão e O Patrão é meu pandeiro (Panela).
Totalmente gravado em Salvador, no Teatro Vila Velha, o mesmo de onde saíram para o estrelato Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia. E o equipamento era pilotado pelo inglês Maurice Hougs, que foi um dos colaboradores de Gil e Caetano, quando estes estavam exilados em Londres, por causa da Ditadura Militar. Quando o projeto foi apresentado, André Midani, o então presidente da gravadora que foi um dos responsáveis pelo boom do que hoje chamamos de MPB, aprovou na hora. Saiba mais sobre a gravação inclusive com os depoimentos dos produtores Paulinho Lima e Edil Pacheco no Baú do Marrom no CORREIO online.
Foto: Panela, Riachão e Batatinha (Marcoss Maciel – Acervo de Paulinho Lima)