Em 8 de dezembro de 1989, dia em que se comemorava Nossa Senhora da Conceição, a padroeira da Bahia, era inaugurada com toda a pompa, circunstância e show de Daniela Mercury, na antiga área do Aeroclube (atual Centro de Convenções de Salvador), na Boca do Rio, uma das casas de shows e eventos mais importantes da história da cidade.
Era o Rock in Rio Café, franquia da festejada casa noturna criada pelo empresário Roberto Medina, o mesmo do famoso festival Rock in Rio que até hoje é realizado no Brasil e no mundo em cidades como Lisboa, Madrid e até Las Vegas. Um misto de restaurante e casa de shows.
Por falar em Medina, o próprio esteve presente na noite de cerimônia que teve como produtora Licia Fabio e a badalada promoter Alicinha Cavalcanti, que morreu recentemente e era figura constante na casa.
Foi uma noite em que os homens usavam Black Tie e as mulheres os seus longos elegantes. Mas quando a festa estava no auge, todo mundo ficou à vontade para melhor curtir a noite que estava quente. Inclusive eu, que tirei a “gravatinha de pinguim” e caí na esbórnia (rs).
Aliás, os convites para a festa de inauguração foram disputados quase à tapa. Todos queriam estar presentes. Mas poucos passaram pelo crivo dos organizadores.
A partir daí, a casa passou a ser apenas de shows e eventos, passando a se chamar Rock in Rio Salvador, com capacidade para 3 mil pessoas, transformando-se no palco para grandes shows de artistas consagrados como Rita Lee, Simone, Alcione, Caetano Veloso, Flávio Venturini, Ana Carolina, Ed Motta, o grupo de rock Nazareth, sem falar nas estrelas baianas. O surgimento da casa, uma iniciativa do empresário Herder Mendonça, coincidiu com o boom da cena axé que tinha ultrapassado as barreiras da Bahia e também colocou a capital baiana como referência em ter um espaço com boa localização, boa iluminação e acústica. Saiba toda a história do Rock in Rio no CORREIO online.
Foto: Caetano Veloso e Márcio Victor (Acervo pessoal de Herder Mendonça)