Um grupo teatral situado em Colônia (Alemanha) o Lusotaque criou a peça virtual “Revoluções Tropicalistas: uma experimentação cênica”. A concepção da peça nasceu em formato digital, e sem encontros presenciais, desde o início, já que a Alemanha enfrentava lockdown e quarentenas estendidas. Mesmo assim, o grupo, que partilha o interesse pela língua portuguesa e pela cultura lusófona, resolveu em junho de 2020 contar essa história no meio da pandemia.
Foram três meses de preparação, onde todos os participantes se debruçaram em pesquisa, levantando todo o tipo de material sobre a Tropicália: de livros a documentários, passando por músicas e filmes da época, além de entrevistas e conversas informais com pessoas que viveram o movimento.
Revoluções tropicalistas: uma experimentação cênica” é encenada por onze atores, de diferentes origens e nacionalidades. Aproveitando-se da vantagem do encontro virtual, enquanto a maioria dos participantes reside em Colônia, na Alemanha, o experimento também conta com atores do Brasil e França. A peça é toda falada em português com legendas em alemão para que o público local também possa entender.
A apresentação é transmitida gratuitamente e de forma exclusiva pela plataforma Zoom, às 20h na Alemanha e 15h no Brasil. Após todas as apresentações, os atores e o diretor continuam na plataforma para conversar com o público sobre este caminho que estão seguindo e responder dúvidas dos espectadores.
O espetáculo faz uma releitura de cenas icônicas deste período, assim como o discurso de Caetano Veloso no Festival da Canção em 1968 ao cantar “É proibido proibir” sob intensas vaias; o texto contundente de “Terra em Transe” que hoje nos parece absolutamente atual em seus questionamentos ou até mesmo o polêmico manifesto antropófago de Oswald de Andrade, que tanto inspirou aos tropicalistas desde sua publicação nos áureos tempos modernistas. Além de celebrar personalidades marcantes do movimento – como José Celso Martinez Corrêa, Maria Bethânia, Rita Lee e Jorge Mautner – unindo teatro, música e tecnologia.
Com direção de Alexandra Marinho, o experimento traz à tona debates tropicalistas ainda indispensáveis nos dias de hoje, como desigualdade social, influências culturais internacionais, censura, feminismo e questões LGBTQI+, permeados por trechos do Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
O Teatro Lusotaque, grupo teatral de língua portuguesa, foi fundado em maio de 2006 na Universidade de Colônia, na Alemanha, por iniciativa de Beatriz Medeiros, Leitora do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (Portugal) e professora do Instituto Luso-Brasileiro da Universidade de Colônia. O grupo promove, assim, o estudo da língua e literatura portuguesa através do teatro. De 2010 a 2016, o grupo foi liderado principalmente por Fabian Aquilino, seguido por Marianna Souza, que dirigiu o grupo até 2019. Em 2020, Alexandra Marinho assumiu a direção do Teatro Lusotaque.
Datas e horários: dias 9, 16, 23, 30 de Janeiro às 15h (seguido por debate)
A sala de espera estará aberta a partir das 14h30
IMPORTANTE: necessário fazer a inscrição previamente
Link para inscrição e programa do espetáculo: https://linklist.bio/revolucoes_tropicalistas
Colaboração consciente:
Conta Brasil:
Andrea Piol
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Conta Alemanha:
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