A noticia de que o Ilê Aiyê teve penhorada a Senzala do Barro Preto (sede da entidade no Curuzu) para pagar uma divida trabalhista a um ex-vocalista da BandaAiyê caiu como uma bomba no meio artístico. carnavalesco e cultural. Segundo nota publicada na edição online do Correio:
A Justiça do Trabalho determinou o leilão da sede da Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê, conhecida como Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu, em Salvador. A penhora visa arcar com uma dívida trabalhista de R$ 295.603,57.
A dívida é fruto de um processo trabalhista de Adaelson Evangelista Santos, que integrava a banda do Ilê Aiyê. Em 2011, ele relatou à Justiça ter sido vocalista do grupo de 1988 até 2010. O artista ainda relata ter sido substituído por outro cantor sem que houvesse uma explicação por parte do Ilê.
Em conversa com o Blog, o presidente do Ilê, Antonio Carlos dos Santos, Vovô, disse reconhecer a divida e que o Mais Belo dos Belos vai honrar seu compromisso.
“Esse montante divulgado pela Justiça inclui desde o valor a ser pago ao cantor assim com os custos com advogados, entre outras coisas. Nós estamos ciente de nossa obrigação e estamos nos empenhando para que tudo termine bem e nossa sede seja mantida atendendo à comunidade do Curuzu, apoiando as crianças e fazendo todo o trabalho social que é tradição no ilê Aiyê”, pontuou.
Realmente se a sede for leiloada será uma tristeza para a cultura baiana. Afinal trata-se do mais tradicional e querido Bloco Afro da Bahia. Reverenciado no Brasil por grandes artistas que gravaram músicas falando da entidade como Caetano Veloso ( Um canto de afoxé para o Bloco Ilê Aiyê); Gilberto Gil (que g Ilê Aiê (Que Bloco é esse) Daniela Mercury (O mais belo dos belos) entre outros. O Ilê é um patrimônio cultural do Brasil.
ILÊ AIYÊ – NOTA DE ESCLARECIMENTO
Apesar de a Associação Cultural Ilê Aiyê entender como injusta a decisão da Justiça do Trabalho acerca do pagamento de aproximadamente R$ 400 mil, abatidos mais R$100 mil que foram bloqueados em suas contas e já liberados em favor do reclamante Adaelson Evangelista Santos, a entidade esclarece que continua enviando esforços para efetiva quitação da dívida, a fim de impedir o leilão da sua sede, conhecida como Senzala do Barro Preto.
O Ilê Aiyê se curvará ao julgamento já definitivo e está buscando todos os meios possíveis para negociar o pagamento da dívida. A diretoria do bloco carnavalesco, que tem à frente o seu presidente Antônio Carlos Vovô, entende se tratar de um valor exorbitante e totalmente fora da realidade, mas, diante do trânsito em julgado, reconhece só restar à entidade tentar negociar e conseguir um parcelamento para evitar um mal maior uma vez que o imóvel cumpre finalidade social, funcionando nele a Escola Mãe Hilda e a Escola de Percussão, Canto e Dança Band’erê.
Nos trâmites do processo, Antônio Carlos Vovô, na tentativa de salvar o imóvel, que cumpre papel importante tanto para as atividades culturais do Ilê Aiyê quanto para as famílias da comunidade do bairro da Liberdade, onde está localizado, já propôs ao reclamante e ao seu advogado repassar imóvel de sua propriedade como parte do pagamento, o que infelizmente não foi aceito pelo autor da ação.