Por trás da grande obra musical que o saudoso Moraes Moreira nos deixou, existe um letrista de fina estampa que fez com ele uma parceria notável. A geração mais nova nem imagina que o antropólogo, escritor, poeta, ensaista e pensador baiano Antonio Risério é autor de letras cantadas a todo pulmão no Carnaval de Salvador, em shows e micaretas. A começar pela mais famosa Eu sou o Carnaval, um dos hinos da folia baiana. E mais: Assim Pintou Moçambique e Pessoal do Aló, todas gravadas por Moraes. Pensam que acabou? Nada. Risério e Moraes compuseram ainda Grito de Guerra; Abebé de Nicinha (gravada por Paulinho Boca de Cantor); Olhar de Cobra (MPB4) e Pensamento Yourubá (Zezé Motta).
Risério escreveu livros como Carnaval Ijexá; Salvador, Caymmi: Uma Utopia de Lugar; Avant-Garde na Bahia; A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros; Edgard Santos e a reinvenção da Bahia; A casa no Brasil e o mais recente Sobre o relativismo pós-moderno e a fantasia fascista da esquerda identitária.