A bela sintonia entre Minas e Bahia – Blog do Marrom

A bela sintonia entre Minas e Bahia

A bela sintonia entre Minas e Bahia

Os ingressos estavam esgotados há vários dias. As pessoas se espremiam nas arquibancadas, escadas, camarotes e até varandas de prédios próximos a Concha Acústica. E quando quatro mineiro-baianos (como eles mesmos se descreveram) subiram ao palco para tocar “Dois Rios”, a primeira da noite, os braços sentiam e os olhos viam aquela que possivelmente seria a última apresentação do Skank em Salvador.

Apesar da conveniência das arquibancadas, ninguém se sentava. Todos estavam de pé quando o grupo emendou o segundo hit da noite, “Uma Partida de Futebol”. A ordem da canção pode ser interpretada como uma possível provocação da parte atleticana da banda mineira ao Cruzeiro, que está na segunda divisão.

Daí em diante foi clássico atrás de clássico. Se no último show em Salvador, em 2019, a banda focou nos três primeiros discos, nessa o repertório caminhou pelos quase 30 anos do Skank. O número de hits entoados era tão grande que até rendeu uma brincadeira com o público. “Outro dia recebi uma mensagem de um fã reclamando que todo show tinha basicamente o mesmo setlist. Eu respondi que a banda tinha alguns clássicos que não poderiam faltar no show. E oras, a gente é o Skank. Não podemos de uma hora para outra virar o CPM 22 ou os Titãs”, brincou Samuel Rosa.

Mas, apesar do clima descontraído no palco, o público era tomado por uma mistura de sentimentos. A cerveja, vodka e (Jackie) tequila que tomavam serviam tanto para dar aquele gás a mais na hora de entoar as canções quanto para afogar as mágoas por aquele show ter sido anunciado como a despedida da banda em solo baiano. (Texto e foto: Gabriel Moura)