Do querido Lucas Pondé (um querido assim como Rafael e Pedro) recebo a seguinte nota que publico para o conhecimento dos leitores;
“Com 25 anos de reggae music na veia, o cantor e compositor Ricardo Reina lança seu primeiro disco solo batizado Reina Reggae Clássicos e Alvenaria Futebol Clube – Volume 1, no próximo sábado (14), com show aberto ao público e a presença de convidados especiais na Concha Acústica do Parque Costa Azul. A abertura da festa fica por conta dos balanços e grooves de Telefunksoul, a partir das 17 horas.
O disco será disponibilizado nas plataformas digitais, reunindo 12 canções, sendo 10 inéditas e duas releituras – Selva de Pedra e Bote Aê, da sua antiga banda Folha de Chá, com quem Reina já havia concorrido ao Troféu Caymmi em 2007. O carro-chefe escolhido para apresentar o trabalho é o “O Que vem da Bahia”, composição incidental inspirada em uma passagem de Tim Maia por Salvador em 1989.
“Li algumas vezes o livro de Nelson Mota: Vale Tudo, o som e a fúria de Tim Maia. Me chamou atenção o episódio em que ele descreve uma visita ao Hotel da Bahia, acompanhado por uma amiga jornalista baiana e uma câmera VHS. Após a entrevista no quarto, todos desceram para o hall, quando Tim tomando água de coco começou a cantarolar “O que vem da Bahia iê iê, o que vem da Bahia iaiá”. Fiquei com essa imagem na cabeça e compus, a partir do do vídeo que o jornalista disponibilizou no Youtube, “O que vem da Bahia” – uma homenagem ao meu Estado amado e ao próprio síndico do Brasil”.
Após tantos anos no cenário musical, dividindo o palco com artistas como Edson Gomes, durante período que integrou a banda Cão de Raça, Margareth Menezes, Luiz Caldas, Lazzo Matumbi, Sine Calmon e Adão Negro, Reina revela que o disco representa um sonho artístico, realizado de forma despretensiosa, em parceria com guerreiros da resistência na cena reggae local.
“Eu na verdade tinha algumas canções na gaveta, mas não pretendia gravar sem um produtor que se encaixasse com meu gosto musical. As coisas naturalmente fluíram quando Flavinho Drums (bateria) e Cesar Matos (contrabaixo), que são músicos tarimbados, resolveram encarar a produção e o tecladista Werner Argolo, com quem tenho afinidade na música, convidou para gravar no Estúdio Pedra de Céu, em Santo Amaro”.
A relação com Edson Gomes, para ele o “maior reggaeman brasileiro e dos países de língua portuguesa no Mundo”, ultrapassou os palcos, passa pelas ruas e bares de Cachoeira e chega na Universidade Federal do Recôncavo, onde Reina, que é historiador pela Universidade Federal da Bahia, defendeu a tese de mestrado: “Edson Gomes: a trajetória de vida de um ícone do reggae nacional.” – Relações de classe e raça na formação da cultura brasileira.
“Sou fã, amigo e biógrafo. Ele já ouviu e gostou de muitas canções, sua preferida é Casa da Farinha. Eu me inspiro muito na estrutura musical de Edson, seu estilo de compor é único. Estou sempre aprendendo de perto. Todas as terças estamos juntos em Cachoeira na resenha do Baba Cão de Raça Futebol Clube. Daí vem a ideia do nome que batiza meu disco”.