Do lado de fora, um grupo vestido de preto fazia um protesto. Do lado de dentro, além de muita música, um grupo vestido de branco demonstrava apoio à banda. Depois de duas semanas de discussões controversas, a Timbalada voltou ao palco para o segundo ensaio deste verão. Em meio às críticas, O Museu do Ritmo voltou a ferver.
Mesmo enfrentando a desconfiança do público e mantendo algumas mudanças que ocorreram desde o primeiro ensaio, a Timba mostrou que mantém a força de sempre e, no final, parece ter agradado. Apesar de cheio, o Museu não superlotou como de costume. Alguns acreditam que o preço dos ingressos (R$100) pesou. Outros acham que um processo de descaracterização da banda está afastando os timbaleiros.
Aliás, esses foram alguns dos pontos levantados por quem estava protestando do lado de fora. “Devolvam minha Timbalada”, estampavam camisas e cartazes. Mas as manifestações contrárias se restringiram à parte externa. Dessa vez, a nova vocalista do grupo, a alagoana e ex-The Voice Millane Hora, não foi vaiada. Pelo contrário, recebeu homenagens e um buquê de flores de um fã clube. “Somos todos Timbalada”, exibiam nas camisas.
Ao mesmo tempo, Millane participou menos do show. A Timba foi sentindo o público aos poucos. Com a reação positiva, Denny, Millane e Cia se soltaram e mandaram ver no som. O peso da percussão voltou, apesar de terem sido mantidos os três timbales do primeiro ensaio – a redução do número de instrumentos é outra crítica dos velhos timbaleiros. A pegada eletrônica se manteve, só que com menos força.
O convidado escolhido também ajudou. Xande do Harmonia do Samba, relembrou antigos sucessos da Timbalada. O público enlouqueceu quando ele puxou Beija-flor, eternizada na voz de Xexéu. Depois, com os parceiros do Harmonia, quebrou tudo ao tocar Comando. Para finalizar, a tradicional volta no gueto sacudiu a galera com Denny largando o “preparar, apontar, vamos correeeeeeer!!!!!”.(Alexandre Lyrio)
Foto: Evandro Veiga