Mistura de ritmos dá o tom do ensaio do Psirico – Blog do Marrom

Mistura de ritmos dá o tom do ensaio do Psirico

Mistura de ritmos dá o tom do ensaio do Psirico

Márcio Victor e Bell Marques (crédito: Sércio Freitas)

Márcio Victor e Bell Marques (crédito: Sércio Freitas)

Se antigamente cada ritmo ficava em seu nicho – axé com axé, reggae com reggae, arrocha com arrocha – de uns anos para cá a mistura tem predominado na música baiana e tudo vira Axé Music no final, basta dar uma olhada na temporada de ensaios de Verão. Danniel Vieira arrasou com seu animadíssimo repertório sertanejo nas apresentações que abriram a disputada série de shows do É o Tchan no Clube Espanhol (Ondina).  A banda de pagode também não se fez de rogada e recebeu convidados que têm nada a ver com a quebradeira, como Alinne Rosa, Tuca Fernandes e Ivete Sangalo, que por sua vez engatou um hit do arrocha atrás do outro quando atendeu ao chamado do grupo.

Na noite dessa quarta-feira (7), estilos musicais diferentes se encontraram mais uma vez. Tayrone Cigano colocou seu arrocha para abriu o ensaio-quebradeira do Psirico no Museu du Ritmo (Comércio). Depois do romantismo, a batida da anfitriã dividiu espaço com o axé de Claudia Leitte, Bell Marques e Katê, convidados da noite. Após pisar pela primeira vez no palco criado por Carlinhos Brown, Tayrone comemorou por estar dentro desse caldeirão. “O Axé Music está apoiando outros ritmos e essa parceria atende ao público baiano, que é bem eclético. Quando recebi o convite, fiquei nervoso no início e foi um prazer, um privilégio tocar aqui hoje”, comentou o cantor, que cumpre uma agenda de 22 shows esse mês. No repertório, sucessos como Muro de Berlim e Entrada Proibida, mais conhecida como Alô, Porteiro.

Tayrone Cigano  (crédito: Sércio Freitas)

Tayrone Cigano (crédito: Sércio Freitas)

Bell Marques também vê com bons olhos esse mix musical. “Rotularam a música que gente faz e que tem várias vertentes como axé, mas deixaram alguns artistas fora disso. Acho que o axé tem que ser tudo que sai da Bahia e não um estilo e acredito que as parcerias musicais nos fortalecem”, avalia o cantor, que fará seu primeiro carnaval em carreira solo. “Minha rotina não será diferente esse ano, vou puxar os blocos Vumbora, na sexta e sábado, e o Camaleão no domingo, segunda e terça, além do show no Camarote Skol na quinta, mas como será meu primeiro ano em carreira solo, as pessoas que forem para a rua vão me avaliar e eu acho justo, mas tenho certeza de que vou passar por elas de uma forma muito bonita”, acredita.

Bell Marques (crédito: Sércio Freitas)

Bell Marques (crédito: Sércio Freitas)

Se Bell quer mostrar que manda em casa, o desafio para Claudia Leitte é agradar em outros circuitos, ou melhor, passarelas. A loira fará sua estreia no Carnaval carioca como Rainha de Bateria da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel. “Será uma grande oportunidade para conhecer de perto uma cultura que é minha também já que metade da minha família é carioca. Isso já traz um sabor especial. Como artista, aquilo é magico demais e vai acrescentar muito ao que eu faço aqui na minha terra”, aposta a cantora, que também curte mesclar seu axé-pop com outras batidas, como o funk. Claudinha foi convidada por Valesca Popozuda para dividir os vocais com ela. O clipe será gravado em Dubai, nos Emirados Árabes. “A gente está vendo data para gravar. Ela cantou a música para mim no camarim e me chamou e a gente vai gravar o clipe lá”, confirma.

Márcio Victor e Claudia Leitte (crédito: Sércio Freitas)

Márcio Victor e Claudia Leitte (crédito: Sércio Freitas)

Outro que está vivendo tempos de Rio de Janeiro é Márcio Victor. O líder do Psirico, que ontem fez todo mundo quebrar ao som da nova música de trabalho, Xenhenhém, divide a vida entre solos cariocas e baianos. Ele está à frente de um projeto que vai mostrar o samba daqui para os fluminenses. “É um bloco que vai sair só no ano que vem, mas a gente vai fazer ensaios a partir do segundo semestre lá no Rio. Estamos com Marquinhos Holanda, empresário de Chico Buarque”, revela.

Enquanto 2016 não chega, o Psi está cheio de novidades para a folia que começa daqui a um mês. “Vamos homenagear a Axé Music a partir dos blocos afro, então eu vou usar fantasias de entidades representativas, como o Cortejo Afro, com roupa assinada por Alberto Pitta, o Filhos de Gandhy e o Ilê Aiyê, com adaptações feitas por Cid Carlos, além de sair de baiana no dia das Muquiranas”, antecipa.

Na programação do Psirico tem show no Camarote do Reino, quinta-feira, arrastão na sexta-feira com presença de Anitta e MC Pedrinho, entre outros convidados, show em Porto Seguro no sábado, e a estreia da banda no comando do bloco Inter – “um sonho realizado”. Depois ainda tem apresentações em Sergipe e Minas Gerais e um arrastão programado para a segunda-feira pós-folia “em algum bairro de Salvador, caso Xenhenhém ganhe como música do Carnaval”, revela.

Sobre a mistura musical que faz o Verão de Salvador único, Márcio Victor acredita que está nela o futuro do axé. “Pra mim quase tudo da música baiana é axé, inclusive esse sertanejo que tá na moda. Temos que estar juntos dessas novidades que estão chegando porque esse é o novo axé que, às vezes, a gente dispensa por causa de rótulos e não se liga que é tudo música da Bahia”, afirma.  (Gabriela Cruz)