Além de permanecer acontecendo no Pelourinho, o Sarau Bem Black nas 7 Encruzas do Pelô evoca a simbologia do orixá Exu, aquele que abre os caminhos e detém o poder da comunicação. Nas esquinas, entre olhares admirados, curiosos e desconfiados, os poetas do Sarau e os que aparecem têm feito uma ocupação através da poesia. Por isso, a cada edição o evento batiza a esquina com o nome de um artista ou ativistas negro da cidade, cujo trabalho seja exatamente o de promover o cruzamento de informações entre várias realidades. Nesta quarta, o homenageado é o ator Jorge Washington, do Bando de Teatro Olodum.
Nas três primeiras semanas, as encruzilhadas receberam os nomes dos “Exus” Léo Ornelas, fotógrafo militante que cobre as mais variadas manifestações político-culturais da cidade, Geovani Sobrevivente, poeta que mantém o canal de vídeo-reportagens Coisa Forte, e Negrizu, um dos destaques da dança afrobaiana. O Bem Black nas ruas segue até 12/02, quando fecha este ciclo e inicia temporada em novo espaço no Centro Histórico, ainda a ser definido.
Iniciativa do Coletivo Blackitude – Vozes Negras da Bahia, o Sarau Bem Black acontece semanalmente. A interação é uma das marcas do sarau, bem como o fato dele ter se tornado palco para escritores que circulam a margem da literatura oficial, sejam autores jovens ou veteranos. Também é um ponto de encontro para amantes da poesia e da performance poética.(Ana Cristina Pereira)
Foto: Léo Ornelas