Dois eventos que trouxeram novidades para o Verão e Carnaval baiano foram realizados em Salvador essa semana. Até aí, nada demais. O que os destaca são as propostas de resgate histórico que caracterizam tanto o concurso de marchinhas do bloco Os Mascarados quanto o lançamento da programação de Verão de Carlinhos Brown.
No primeiro, um convite ao público para concorrer ao Prêmio Moraes Moreira (músico que, em 2014, completa 40 carnavais). A iniciativa marca os 15 anos dos Mascarados e tem o apoio da Secretaria Estadual de Educação e da Rede Bahia. “Acreditamos na cultura como instrumento de modificação social. A música é capaz de transformar”, disse o secretário de educação do estado, Osvaldo Barreto, sobre a iniciativa. Quem se empolgou, já pode se inscrever em uma das duas categorias – livre e estudantil – através do site www.ibahia.com.br. A final será durante o baile do bloco, em 13 de fevereiro, no Clube Fantoches. Mais vintage impossível!
E Brown? O músico mais uma vez aposta no coletivo para colocar suas ideias em prática. Pelo sétimo ano, se uniu à produtora Janela do Mundo e cercou-se de parceiros, como o presidente da Liga dos Blocos Afro, Alberto Pitta, o compositor Nelson Rufino e os diretores artísticos Elisio Lopes Junior e Gualter Pupo, entre outros nomes, para criar uma série de dez eventos que foram lá atrás, nos “arquivos” dos blocos de índio e afro e das escolas de samba baianas, para construir um mosaico cultural que pretende emocionar o público. O primeiro movimento nessa direção será no domingo, com a estreia da temporada do Sarau du Brown, no Museu du Ritmo (antigo Mercado do Ouro, no Comércio). Serão cinco edições recheadas de atrações, como o grupo mineiro de teatro de bonecos Giramundo, desfiles de moda e shows de Brown com convidados. Ele ainda vai comandar a Enxaguada du Bonfim, quinta, dia 16, no mesmo local.
Brown também estar à frente do projeto Afródromo Pré-Avenida apresenta concerto Pérolas Mistas, um espetáculo cênico-musical em quarto edições que será realizado às sextas, a partir de 31 de janeiro, no Museu du Ritmo e no qual a música de terreiro e o samba exaltação vão demonstrar a força da percussão da Bahia. A programação culmina no Carnaval, com o desfile do Afródromo no Campo Grande. “Esses eventos são a concretização de pensamentos e ideias que passam por minha cabeça há anos”, revelou o cacique do Candeal que com seu poder de mobilização vai reunir cerca de 200 artistas e gerar mais de 45 horas de música. (Gabriela Cruz)