Conhecida como a cidade que nunca dorme, uma parte de Nova York amanheceu o dia de sábado, com jeito de Brasil. Em especial de Bahia. Desde 7h da manhã já era grande a movimentação numa galeria na Times Square. No local, a produção da Lavagem de Nova York, organizada pela produtora e empresária baiana, Silvana Magda, iniciava os preparativos para a quinta edição do evento.
Ao som dos tambores do Batalá, grupo percussivo feminino comandado pelo mestre Giba, cerca de 70 mulheres animaram o cortejo até a chegada das atrações Magary Lord, Armandinho Macedo, Del Feliz e os convidados Edu Casanova e J. Veloso. Num carro de som, todos os artistas baianos mais a cantora Luanda Linch reviverem em proporções menores, a tradicional lavagem do Bonfim, mas sem a igreja e sua famosa escadaria.
Por onde passava, com as baianas em seus trajes típicos, além de dançarinas de frevo e os bonecos de Pernambuco o cortejo atraia uma multidão de curiosos, como acontece todos os anos. No meio da multidão, o capixaba Renner Schneider, fazia questão de mostrar que mesmo sendo branco e nascido em outro estado, tinha tudo a ver com a Bahia; “olhe como estou arrepiado. Eu nasci no Estado errado. Deveria ser baiano”, comentava, emocionado e dançando sem parar.
Enquanto o cortejo seguia seu trajeto, no palco, a Banda 5% com um repertório que misturava Ary barroso e Jorge Benjor, esperava a comitiva que chegou animada. O vocalista Topera saudou os colegas e chamou ao palco Magary Lord e Armandinho. O guitarrista baiano recebeu uma comenda da Legião da Boa Vontade. Depois tocou o Bolero de Ravel. Em seguida Magary mostrou seu black semba e fez todo mundo dançar ao som de Circulô, Inventando moda entre outras.
A animação foi tamanha que a criadora e organizadora da festa, Silvana Magda, caiu no semba, com direito a coreografia. E ninguém achou estranho. Afinal, antes de ser empresária ela foi dançarina.
Matéria publicada na edição impressa do CORREIO deste domingo dia 2 de setembro
Fotos: Uran Rodrigues