Clara Nunes foi uma das maiores sambistas que o Brasil já teve. Este ano essa mineira estaria completando 70 anos – assim como seus colegas Caetano Veloso e Gilberto Gil. Ela nasceu em Paraopeba, Minas Gerais, no dia 12 de agosto de 1942, e morreu no Rio de Janeiro, em 2 de abril de 1983.

Para celebrar a data e comemorar também os 15 anos de existência do Teatro Jorge Amado (Pituba), o espaço será palco do projeto Tributo a Clara Nunes, que acontece nos dias 15 e 16 (quarta e quinta-feira), às 21h. A vocalista Ana Mametto e sua Banda Mametto fazem um espetáculo artístico-musical executando clássicos da música popular brasileira, consagrados na voz de Clara, reformulados em arranjos novos e diferentes vertentes musicais. A Mametto vem trabalhando o universo de Clara Nunes desde fevereiro deste ano, quando levou aos circuitos do Carnaval 2012 o repertório e o figurino inspirados na artista.

Segundo a produção do evento, “o formato desse tributo será de um bate-papo seguido de show artístico da banda. No tributo, toda a decoração, cenários, figurinos e iluminação cênica remontarão o universo simbólico criado pela artista durante os anos de sua produção musical”. No show, canções que marcaram época e emocionaram brasileiros ganham nova roupagem, agregando em sua essência influências que definem o trabalho da Mametto, que mistura a raiz tradicional da cultura popular e influências como rock, pop, batidas afros, salsa e flamenco.

“É pra mim uma imensa satisfação e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade passear pelo universo de Clara, essa maravilhosa intérprete que por gerações continua a influenciar tanto o público quanto artistas da música popular brasileira. Sempre a tive como uma referência”, afirma Ana.

A homenagem tem tudo a ver. Apesar de ter nascido em Minas e ter ficado famosa a partir do Rio de Janeiro, Clara sempre foi muito ligada à Bahia e aos compositores baianos. Um de seus maiores sucessos foi Ijexá, composta por Edil Pacheco (Filhos de Gandhy/Badauê/Ilê Ayê/ Malê di Balê/ Oju Obá).

Mas as homenagens não param por aí. Para discutir sobre a trajetória da sambista, o evento contará com a participação de Vagner Fernandes, jornalista, escritor e pesquisador carioca, que se debruçou sobre a vida e a obra de Clara, percorrendo lugares trilhados pela cantora e entrevistando mais de 300 pessoas. O resultando é uma pesquisa vasta, com cerca de 400 horas só de depoimentos, que originou uma biografia da cantora. A obra, intitulada Guerreira da Utopia, será lançada durante o tributo.