Mais uma vez, baianas vestidas com trajes típicos percorreram as ruas de Nova York para a Lavagem que aconteceu, ontem, e antecedeu o Brazilian Day, considerada a maior festa de imigrantes nos Estados Unidos a ser realizada hoje. Havia uma grande expectativa por causa do furacão Irene que chegou, em forma de tempestade tropical, e não fez tanto estrago como se imaginava. Se Irene foi embora a Lavagem cuidou de trazer um axé da Bahia para a big apple, com a cantora Luanda Lynch e os cantores Netinho e Del Feliz puxando o cortejo, com a percussão do grupo Batalá, formado só por mulheres, sob o comando do baiano Giba, que mora em Paris.
Este ano, porém, a Bahia não reinou sozinha. O estado de Pernambuco também entrou na festa enviando uma orquestra de frevo e passistas com suas sombrinhas, que deram um colorido especial. Os bonecos do Galo da Madrugada não puderam entrar. Ficaram barrados na alfândega. Ninguém soube explicar o motivo.
Problemas a parte, a folia começou por volta do meio dia (11h) no Brasil. Primeiro, com Luanda Lynch, cantora oficial da Lavagem conduzindo o cortejo até a chegada do forrozeiro Del Feliz e de Netinho. Sim, este ano o forró entrou no circuito. Juntos eles cantaram O que é O que é (Gonzaguinha) É D´Oxum (Gerônimo), We are Carnaval (Nizan Guanaes) entre outras.
Enquanto o cortejo se encaminhava até a rua 46, onde uma banda esperava a chegada dos artistas, muita gente ia se juntando á comitiva. E dava para perceber algumas curiosidades. Tinha até baiana falando espanhol. Sandra, colombiana, da cidade de Cali, disse que estava à vontade no cortejo “eu já canto e danço desde pequena”, respondeu sem titubear. E continuou dançando com seu pote cheio de flores e água de cheiro.
Logo atrás uma comitiva carregava um estandarte da Igreja Brasileira de Manhattan. O que causou um certo espanto a ponto do dançarino baiano Slimm que mora em Nova York e dança no Balé Alvin Ailey, do American Dance Theater comentar: “Oxente o que é que uma igreja está fazendo num festa profana?”. Ninguém soube explicar. Nem precisava. estava todo mundo curtindo ao seu modo. *(Osmar Marrom Martins).
*O jornalista viajou a convite da produção do evento
* Matéria publicada na edição impressa do CORREIO deste domingo 3 de setembro
* As fotos são de Marcos Vasconcelos