Goli Guerreiro inaugura a sede do estúdio áfrica – Blog do Marrom

Goli Guerreiro inaugura a sede do estúdio áfrica

Goli Guerreiro inaugura a sede do estúdio áfrica

Do colega jornalista Gil Maciel, recebi essa nota que estou publicando na integra por ser bastante informativa e bem escrita:

“Na segunda-feira, 18 de novembro, a antropóloga e pesquisadora Goli Guerreiro inaugura a sede do estúdio áfrica. Articulando antropologia e artes visuais com a história cultural e as estéticas do continente africano, o espaço tem como carro chefe a produção de ensaios fotográficos à moda africana, ou seja, com fundos decorativos, tecidos africanos e elementos cenográficos, que criam uma atmosfera típica de estúdios do Mali, Senegal e Benin, países que Goli visitou nos últimos anos.

Essa estética fotográfica, amparada em cenografia e pintura, se caracteriza pela construção de ambientes imaginários e situações idealizadas de deslocamentos entre cidades atlânticas. Para isso conta ainda com um brechó com vestuário africano e acessórios que permitem à pessoa fotografada a montagem de uma persona para a sessão de fotos. O estúdio áfrica (assim, em negrito e minúsculo) também pretende ser um espaço para a “produção e a discussão de formas de expressão artística, que hoje se destacam tanto no continente africano quanto nos países da diáspora, como o Brasil”, complementa Goli, que investiga a fotografia africana desde 2008 e tem este repertório como um dos temas de um pós-doutorado em estética e cultura.

estúdio vai oferecer minicursos sobre  esta maneira  peculiar de produzir imagens fotográficas, sua história e as práticas contemporâneas que o distinguem. Além de sessões de cinema documental e de vídeos caseiros sobre o cotidiano de cidades africanas, sempre seguido de uma conversa com Goli, que pesquisa essa realidade e as práticas artísticas ligadas a ela tanto como antropóloga, quanto como curadora de fotografia. “A ideia do mini cine é conhecer melhor a África tal como ela é hoje”, esclarece.

O espaço conta com uma galeria fotográfica, que agora recebe  imagens da fotógrafa baiana Arlete Soares sobre a Salvador dos anos 1970 e uma biblioteca para consulta e venda de publicações ligadas à fotografia, artes visuais, moda e temas contemporâneos no universo das culturas negras.

Instalado no sétimo andar do edifício Martins Catharino, na Rua Chile, esquina da Travessa da Ajuda, o estúdio e suas amplas janelas envidraçadas, oferecem uma visão da Centro Antigo de Salvador que alcança a Baía de Todos os Santos, com o Forte São Marcelo e a ilha de Itaparica. Por essa localização privilegiada, o estúdio também vai promover regularmente o evento chamado de EntardeSeres, quando abrirá seus espaços para que os visitantes possam contemplar o pôr do sol enquanto trocam informações e conhecem os produtos oferecidos pelo local.

 “Para além dos serviços e produtos que a gente tá oferecendo, há um desejo de transformar o local num espaço para a produção e  discussão de imagens e práticas  artísticas que movimentam nossas vivências dos dois lados do Oceano Atlântico”, revela Goli Guerreiro. Doutora em Antropologia pela USP Goli tem uma consolidada pesquisa e livros publicados sobre trocas artísticas, estéticas e musicais que ocorrem entre os continentes Americano e Africano, notadamente sobre as relações da Cidade do Salvador com os países do mundo atlântico.

Também está sendo organizada a primeira edição de uma residência artística que oferecerá o espaço do estúdio áfrica e um apartamento próximo ao local, para artistas selecionados, nacionais  e estrangeiros. Estes artistas poderão desenvolver suas práticas a partir de diálogos com a proposta de pesquisa do estúdio em Salvador.

Ao longo de sete anos, o estúdio áfrica fez diversas montagens e mostras iconográficas. Em 2017, Goli convidou  o grafiteiro Éder Muniz para produzir três fundos decorativos inspirados nas ruas e mercados de cidades africanas. Estes fundos foram montados no bairro de Castelo Branco, em Salvador e lá os moradores foram fotografados como se estivessem na África (algumas destas imagens estão expostas no espaço de galeria do estúdio).

As imagens produzidas pelo estúdio áfrica  já foram apresentadas em diversos  locais e eventos, como a 11ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2018) e em países Africanos, como o Senegal (2018) e o Mali (na13ª Bienal de Fotografia Africana, em 2022). Goli também participou  do Festival Paisagem Sonora, em Santo Amaro no Recôncavo Baiano (2022), do  Festival Afrofuturismo, em Salvador (2023) e da Mostra de Cinemas Africanos e do Festival Salvador Capital Afro (ambos este ano).

Sempre trabalhando com pintores, fotógrafos, dramaturgos e cenógrafos dos dois continentes, o estúdio realizou três coleções fotográficas, que são as Coleções Atlânticas: a Coleção Salvador, a Coleção Dakar e a Coleção Mali – Bahia. Todas inspiradas na estética dos estúdios africanos.

A estrutura do estúdio conta com Goli como diretora artística e fotógrafa,  a gestora Ana de Moraes como produtora executiva, Carlos Freitas como diretor técnico e a artesã Elis Conceição. Essa equipe enxuta produz objetos inspirados na cultura material africana-baiana, que podem ser adquiridos no local. As sessões fotográficas terão sempre fotógrafos convidados e devem ser agendadas  com a produção através do e-mail estudioafricasede@gmail.com ou pela área de contato na página do estúdio na rede social Instagram, em  www.instagram.com/estudioafrica.ba/ Também pelos celulares (71) 9992-2075 e (71) 99977-1080.”

 

Foto: Goli Guerreiro (Marcelo Maia – Divulgação)