A semana não poderia ter sido melhor para a Didá Banda Feminina criada pelou saudoso Neguinho do Samba que será homenageado no Carnaval dos 30 anos em 2024. Além de tocar na festa de lançamento do filme “Renaisssance: a film by Beyoncé, quinta-feira no Centro de Convenções, chega ao canal do YouTube o documentário “As Rainhas do Samba-Reggae”, do diretor Aylê Santana. Trata- se de “um mergulho político-poético no dia-a-dia e na história da Banda Didá, que, além de ser a primeira banda afropercussiva feminina brasileira, é hoje uma verdadeira escola de cidadania e empoderamento das mulheres negra”.
“Em As Rainhas do Samba-Reggae optei por um caminho que não fica preso aos cânones dos documentários tradicionais. O fio narrativo é tocado de forma impressionista, a partir dos relatos e experiências das integrantes da Didá, porém mantendo fidelidade aos fatos e uma forte coerência histórica, explica o diretor.
Com sólida experiência nas áreas de publicidade e marketing político, Aylê Santana faz, com as “Rainhas do Samba-Reggae”, a sua estreia na área de documentário cultural. Ele também assina o roteiro e a montagem da média metragem, de 25 minutos.
– A vida da Didá é cheia de muita luta e emoção. Muitas dificuldades e superação. Muita força feminina. É isso que tentei mostrar no documentário, buscando um equilíbrio entre música e relatos verbais, dança e muito cromatismo. Trata-se de uma primeira porta aberta para este mundo da Didá que precisa ser mostrado melhor para a Bahia e para o Brasil. É uma espécie de olhada pelo buraco da fechadura da grande casa de empoderamento e capacitação que é a Didá, explica Aylê.
Antes de realizar este documentário, que foi lançado na festa de aniversário da Didá e já está disponível no Youtube, Aylê Santana já dirigiu dezenas de filmes de publicidade no Brasil, República Dominicana, Panamá e El Salvador. Foi também diretor em várias campanhas políticas nestes países.
O diretor, 45 anos, baiano, estudou Publicidade na Unifacs, mas teve a maior parte de sua experiência profissional fora da Bahia, principalmente em São Paulo, onde comandou as produtoras Shinjitsu e Beko.
– Fico feliz porque o documentário consegue mostrar que a Didá, é hoje muito mais que a melhor banda feminina de samba-reggae do Brasil. É um centro cultural dinâmico com cursos de capacitação das mulheres negras, em várias áreas, continua Aylê.
–Outro aspecto do trabalho da Didá, pouquíssimo conhecido, e que ressaltamos no documentário, é a sua grande atuação na disseminação, pelo mundo, do samba-reggae de pegada feminina. Pouca gente sabe, mas hoje há varias bandas afropercussivas femininas nos Estado Unidos, Canadá, França, Alemanha, Espanha, entre outros países, todas semeadas pela Didá.
Fotos: Didá no camarim e no palco com Beyoncé