A transexual Kiara Vellano Damasceno, 27 anos, registrou denúncia na 14ª Delegacia (Barra), em Salvador, na noite de segunda-feira (25). Ela afirmou que foi humilhada e agredida verbalmente por três funcionários da loja Bompreço, no Chame-Chame, após usar o banheiro feminino do estabelecimento.

Ao CORREIO, Kiara, que é empreendedora do ramo de cosméticos, afirmou que havia acabado de chegar ao estabelecimento com o marido, por volta de 19h. “Eu deixei ele pagando a conta no caixa e me dirigi ao banheiro, como já fiz várias outras vezes”, disse ela, afirmando que um dos três agressores já até a conhecia.

Kiara contou que quando estava lavando as mãos, já para sair do local, ouviu uma voz masculina dizendo “isso está errado, isso está errado”.  Ao sair do banheiro, ela foi surpreendida por três homens, que seriam seguranças da loja. Eles acusaram Kiara de ser homem e, portanto, afirmaram que ela deveria ter usado o banheiro masculino.

“Quando eu estava na porta, um deles bradou:’Você acha isso certo? Você tem que usar banheiro de homem, você é viado’. E, então, entramos em discussão. Meu marido chegou e perguntou o que houve mas eles continuaram zombando de mim, quase fui agredida fisicamente por um deles na frente do gerente”, relatou ao CORREIO, ainda emocionada.

Após mais de meia hora de discussão, Kiara contou que em momento algum recebeu qualquer apoio moral de funcionários da loja. “Apenas uma moça que trabalha lá apareceu para me levar até o gerente que, embora tenha impedido um deles de me agredir, virou pra mim e perguntou se eu tinha ‘Kiara’ oficialmente em minha documentação. Me senti extremamente humilhada, ali, com todo mundo olhando”, completou.

Em nota, o Bompreço afirmou que o ocorrido não condiz com a orientação que passa aos seus funcionários. “A respeito do ocorrido, a direção do Bompreço afirma que o respeito ao indivíduo faz parte dos valores da empresa, que não admite nenhuma forma de preconceito. O fato está fora dos procedimentos habituais da organização e os fatos serão apurados internamente”, afirmou a empresa, em nota.

Kiara vai ser ouvida esta tarde pela delegada responsável pelo caso. Para ela, que nunca havia passado  por outro episódio de violência, a agressão foi um verdadeiro pesadelo. “Faltam até palavras, parece um pesadelo do qual não acordei ainda. Na hora de dormir eu começo a chorar”, lamenta ela, que pretende buscar ajuda psicológica.

A delegada Carmem Dolores, responsável pelo caso, afirmou que Kiara e as outras partes serão intimidas. “Vamos investigar o crime de injúria”, explicou a delegada.

*Colaborou Tailane Muniz/CORREIO

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